Um coqueiro (Cocos nucifera) pode atingir até 30 metros de altura e produzir até 80 frutos por ano. Cada fruto, ainda verde, tem em média 289 mL de água, na qual estão dissolvidos açúcares e sais minerais.
(www.agencia.cnptia.embrapa.br)
Por analogia, os frutos de um coqueiro assemelham-se à caixa d’água de uma residência. Em ambos os casos, a água obtida ao nível do solo é armazenada, em grande quantidade, metros acima do nível desse solo.
(www.forumdaconstrucao.com.br. Adaptado.)
Para que a água ascenda à caixa d’água e à copa do coqueiro, é necessário que,
a) |
ao nível do solo, haja no cano e no floema uma impulsão da coluna de água, elevando-a até a extremidade oposta desses sistemas condutores. |
b) |
metros acima do nível do solo, haja no cano e no xilema uma sucção da coluna de água, elevando-a desde o nível do solo. |
c) |
metros acima do nível do solo, haja no cano e no floema uma sucção da coluna de água, elevando-a desde o nível do solo. |
d) |
ao nível do solo, haja no cano uma impulsão da coluna de água e, metros acima do nível do solo, haja no xilema uma sucção da coluna de água, elevando-as desde o nível do solo. |
e) |
ao nível do solo, haja no cano e no xilema uma impulsão da coluna de água, elevando-a até a extremidade oposta desses sistemas condutores. |
As árvores transportam a seiva bruta, formada por água e sais minerais, das raízes até à copa, utilizando para isso vasos condutores denominados de xilema ou vasos lenhosos. Esses vasos são formados por células mortas lignificadas, oriundas do procâmbio do caule, um tecido derivado do meristema apical da planta. Elucidar quais os mecanismos fisiológicos que explicam a subida da seiva até a copa sempre foi um desafio para os fisiologistas.
A capilaridade é um fenômeno físico que auxilia a ascensão da seiva, o diâmetro dos vasos lenhosos é pequeno o suficiente para elevar a seiva por vários centímetros, porém, não pode explicar por si só a subida pelos vários metros pelos quais os caules das árvores se estendem.
Outro fenômeno a ser considerado é a pressão positiva da raiz, que atua impulsionando a seiva a partir da raiz em direção à copa. As raízes absorvem sais minerais do solo por transporte ativo, ficando hipertônicas em relação ao mesmo. Essa diferença de concentração faz com que elas absorvam água por osmose. A água que entra nas raízes força a água que já a ocupava a subir pelos vasos do xilema. Entretanto, de acordo com as medições, essa pressão também não é suficiente para explicar a subida de seiva por vários metros, como no coqueiro em questão.
A sucção de copa, finalmente, é o mecanismo pelo qual a subida de seiva por vários metros torna-se possível. Segundo a teoria da tensão-coesão-adesão, elaborada por Dixon no final do século XIX, a água contida nos vasos do xilema forma uma coluna contínua que sobe ascendentemente graças a existência de uma pressão hidrostática negativa criada pela transpiração estomática das folhas. A coesão entre as moléculas de água e sua adesão à parede do xilema são responsáveis pela coluna contínua e por transmitir a força da tensão da copa até às raízes.
Embora seja possível fazer uma analogia entre a água nos cocos de um coqueiro e a água na caixa d’água de uma casa, as forças relacionadas com a subida da água não são as mesmas. Como já explicado anteriormente, a água sobe pelo vegetal sendo puxada a partir da copa, já no sistema hidráulico domiciliar a água contida na caixa não foi puxada a partir da mesma, mas impulsionada de baixo para cima a partir do cano ao nível do solo o qual está conectado ao sistema de distribuição municipal de água. Tal sistema possui uma caixa principal que está elevada a uma altura superior às domiciliares, dessa forma essas caixas se enchem devido à diferença de alturas, de acordo com o teorema de Stevin, conforme imagem abaixo.
a) Incorreta. O vaso pelo qual a seiva bruta sobe é o xilema e a subida não é explicado por impulsão, mas por sucção.
b) Incorreta. A água no sistema domiciliar é impulsionada de cima para baixo, de acordo com o teorema de Stevin.
c) Incorreta. A água no sistema domiciliar é impulsionada de cima para baixo e a subida da seiva bruta ocorre pelo xilema, não pelo floema.
d) Correta. No cano existe uma impulsão, advinda da conexão com o sistema municipal de água, e na coluna d’água que sobe pelo xilema ocorre uma sucção criada pela transpiração estomática foliar.
e) Incorreta. A subida de seiva bruta não pode ser explicada pela impulsão na coluna d’água, mas por uma sucção na mesma.