A hipercolesterolemia familiar é uma doença genética que, quando em homozigose, impede a síntese do receptor de LDL, que normalmente é encontrado ancorado à superfície externa da membrana plasmática das células. Dessa forma, o LDL não é internalizado pelas células da pessoa doente. A figura 1 mostra o funcionamento dos receptores de LDL presentes nas células de uma pessoa que não apresenta essa doença. A figura 2 mostra os efeitos da ausência dos receptores de LDL na membrana plasmática das células de uma pessoa doente.
(Dormagen Joachim Becker et al. Biosphäre, 2020. Adaptado.)
a) Que substância orgânica compõe os receptores de LDL? Por que o LDL não é considerado uma molécula de colesterol?
b) Por que o colesterol é essencial para as membranas plasmáticas dos animais? Por que a incidência de infarto do miocárdio em pessoas com hipercolesterolemia familiar é mais elevada?
a) Os receptores do LDL encontrados na membrana das células são de natureza proteica. Esta proteína é sintetizada no interior da célula e transportada por vesículas especializadas até a membrana plasmática, onde se posiciona de maneira que algumas de suas regiões fiquem orientadas para a face externa da célula. O LDL não é uma molécula de colesterol porque na realidade o LDL é uma Lipoproteína de Baixa Densidade (Low Density Lipoprotein), e é a responsável por transportar as moléculas de colesterol. Fazem parte do LDL o colesterol, proteínas, fosfolipídeos e outras moléculas. Em outras palavras, o colesterol faz parte da molécula de LDL.
b) O colesterol é encontrado na membrana plasmática das células animais, onde desempenha várias funções: regula a fluidez da membrana, confere estabilidade, modifica a permeabilidade da membrana para alguns solutos, pode estar envolvido em mecanismos de sinalização intracelular e outras funções importantes.
Nas pessoas com a doença hipercolesterolemia familiar a quantidade de LDL aumenta muito na corrente sanguínea. Quando em excesso, o LDL leva ao acúmulo de gordura na parede das artérias, processo conhecido como aterosclerose. Essas placas de gordura obstruem parcialmente a luz vascular em um processo contínuo e crescente, diminuindo o espaço para a circulação do sangue. Com isso, aumenta a probabilidade de ocorrência de eventos do tipo infarto, onde a obstrução parcial ou total da circulação coronariana leva à falha na irrigação sanguínea de parte do miocárdio, podendo levar a parada cardíaca e à morte.