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Questão 6 Unifesp 2025 - 2º dia

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Questão 6

Pressão Parcial (Química) Densidade de Gases Volume Parcial (Química)

A pressão atmosférica varia com a altitude, o que limita a capacidade do ser humano sobreviver em grandes altitudes, devido à rarefação do ar. São poucas as cidades de grande porte no mundo acima de 3 000 m de altitude, sendo La Paz, na Bolívia, uma delas.

(www.significados.com.br)

A seguir são tabeladas algumas propriedades da atmosfera terrestre e do ar ao nível do mar e em La Paz.

a) Calcule a pressão parcial do oxigênio em La Paz e ao nível do mar.

b) Sabendo que a constante universal dos gases ideais, R, é 0,082 atm · L · K-1 · mol-1, calcule a densidade do ar atmosférico em La Paz, a 298 K. Considere dois motores idênticos, movidos a gasolina, funcionando por igual tempo, um ao nível do mar e outro em La Paz. Determine a relação entre os volumes de ar necessários para o funcionamento do motor em La Paz e ao nível do mar.



Resolução

a) Todos os gases na atmosfera se encontram nas mesmas condições, portanto, o volume parcial é proporcional ao número de mols. Desse modo, a porcentagem em volume representa também a porcentagem em mol, isto é, fração molar de O2 (XO2):

%VO2=21%=%nO2        XO2 = 0,21

A pressão parcial de O2 pode ser obtida a partir da pressão atmosférica e da fração molar do gás:

PO2(LaPaz)=Ptotal(La Paz)·XO2              PO2(LaPaz)=0,67 · 0,21PO2(LaPaz)=0,14 atm   PO2(nível do mar)=Ptotal(nível do mar)·XO2PO2(nível do mar)=1,0 · 0,21PO2(nível do mar)=0,21 atm

Assim, a pressão parcial de oxigênio em La Paz é de 0,14 atm enquanto ao nível do mar é de 0,21 atm.

b) Consideremos inicialmente a lei dos gases ideais e a relação do número de mols em função da massa molar:

P·V=n·R·T      e       n=mM

Substituindo n na primeira equação, podemos obter uma expressão para a densidade de um gás, conforme apresentado:

P·V=mM·R·T     mV=P·MR·T     d=P·MR·T

Substituindo os valores de pressão (P), massa molar média do ar (M), constante universal dos gases ideais (R) e temperatura (T) em La Paz, podemos determinar a densidade do gás nesta região.

d=P·MR·Td=0,67 ·290,082 ·298   d=0,795 g/L

Portanto, em La Paz, a densidade do ar atmosférico é de 0,795 g/L.

 

O funcionamento de dois motores iguais pelo mesmo tempo requer o consumo da mesma quantidade de combustível e, consequentemente, também consumirá a mesma quantidade de comburente, o gás oxigênio (O2). Sendo assim, temos que a quantidade, em mols, de oxigênio consumida em La Paz (nO2(La Paz)) é igual à quantidade, em mols, de oxigênio consumida a nível do mar (nO2(mar)):

nO2(La Paz)=nO2(mar)

Como a quantidade de matéria desse gás é de 21% em relação ao total em ambos os locais, teremos:

0,21·ntotal(La Paz)=0,21·ntotal(nível do mar)          ntotal(La Paz)=ntotal(nível do mar)

Utilizando a lei dos gases para substituir n na equação anterior por n=PVRT, temos:

            ntotal(La Paz)=ntotal(mar)        P(La Paz)·V(La Paz)R·T=P(mar)·V(mar)R·TP(La Paz)·V(La Paz)=P(nível do mar)·V(nível do mar)     0,67 atm ·V(La Paz)=1 atm·V(nível do mar)         V(La Paz)=10,67·V(nível do mar)      V(La Paz)1,5·V(nível do mar)

Portanto, o volume de ar necessário par ao funcionamento do motor em La Paz é cerca de 1,5 vezes o volume necessário ao nível do mar.