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Questão 12 Unesp 2025 - 2ª fase

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Questão 12

Aristóteles

TEXTO 1 

Segundo o próprio Aristóteles, “nosso objetivo é tornar-nos homens bons, ou alcançar o grau mais elevado do bem humano. Este bem é a felicidade; e a felicidade consiste na atividade da alma de acordo com a virtude” (Ética a Nicômaco, I). Uma das principais contribuições da ética aristotélica é sua famosa tese, segundo a qual a virtude está no meio.

(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein, 2010. Adaptado.)

TEXTO 2 

A excelência moral, então, é uma disposição da alma relacionada com a escolha de ações e emoções, disposição esta consistente num meio termo (o meio termo relativo a nós) determinado pela razão (a razão graças à qual um homem dotado de discernimento o determinaria). Trata-se de um estado intermediário, porque nas várias formas de deficiência moral há falta ou excesso do que é conveniente tanto nas emoções quanto nas ações, enquanto a excelência moral encontra e prefere o meio termo.

(Aristóteles. Ética a Nicômacos, 1985.)

a) Como é denominada a ética desenvolvida por Aristóteles? Qual é o objetivo dessa ética?

b) Com base no texto 2, explique a noção aristotélica de justo meio. Como o indivíduo pode usar essa noção na avaliação de sua própria conduta moral?

 



Resolução

a) A reflexão ética de Aristóteles é conhecida como Ética das Virtudes. Seu principal objetivo é alcançar a felicidade (ou eudaimonia), considerada o bem supremo e a finalidade última da vida humana. Para Aristóteles, a felicidade não se baseia em prazeres efêmeros ou riquezas materiais, mas sim na atividade da alma orientada pela virtude. A virtude, para Aristóteles, é uma disposição moral que permite à pessoa agir de maneira correta, em sintonia com a razão. Ao viver de acordo com a virtude, o indivíduo encontra o equilíbrio necessário para realizar plenamente sua natureza e alcançar a felicidade duradoura.
b) A noção aristotélica de justo meio, apresentada no Texto 2, refere-se à excelência moral como uma disposição da alma que se expressa em ações e emoções de acordo com um meio termo, determinado pela razão. O justo meio (ou a justa medida) consiste no comportamento equilibrado, mediado pela razão, que não recai nem no vício do excesso e nem no vício da falta. Por exemplo, a coragem é a virtude que se encontra entre a temeridade (excesso de coragem) e a covardia (falta de coragem).
O indivíduo pode usar essa noção do justo meio na avaliação de sua própria conduta moral ao refletir racionalmente sobre seu comportamento cotidiano. Deve-se sempre buscar agir de acordo com a razão, evitando ações e emoções que se inclinem para o excesso ou para a falta. Agindo dessa forma, o indivíduo se aproxima da virtude e da felicidade (eudaimonia), alcançando um comportamento moralmente excelente.