No quadro estão apresentadas informações sobre duas estratégias de sobrevivência que podem ser adotadas por algumas espécies de seres vivos.
Na recuperação de uma área desmatada deveriam ser reintroduzidas primeiramente as espécies que adotam qual estratégia?
a) |
Estratégia 1, pois essas espécies produzem descendentes pequenos, o que diminui a competição com outras espécies. |
b) |
Estratégia 2, pois essas espécies têm uma longa duração da vida, o que favorece a produção de muitos descendentes. |
c) |
Estratégia 1, pois essas espécies apresentam um elevado potencial biótico, o que facilita a rápida recolonização da área desmatada. |
d) |
Estratégia 2, pois essas éspecies estão adaptadas a hábitats mais estáveis, o que corresponde ao ambiente de uma área desmatada. |
e) |
Estratégia 2, pois essas espécies apresentam um tamanho populacional constante, o que propicia uma recolonização mais estável da área desmatada. |
A história de vida de uma espécie é o conjunto de características que determinam o seu padrão de sobrevivência e reprodução, ou seja, o modo como os organismos crescem, sobrevivem e se reproduzem ao longo do tempo. Existem dois extremos da classificação dos seres vivos quanto à sua história de vida: as espécies r-estrategistas e as espécies K-estrategistas.
As espécies r-estrategistas possuem características que promovem um elevado crescimento populacional, de modo que elas são favorecidas em ambientes instáveis e imprevisíveis. Como essas espécies se reproduzem a taxas muito altas, podemos dizer que elas foram selecionadas de forma a maximizar a taxa de crescimento intrínseca (r), ou taxa de crescimento per capita. Nesse sentido, a densidade de suas populações fica abaixo da capacidade de suporte do ambiente (K), ou a competição entre os indivíduos é baixa.
O crescimento das populações de espécies r-estrategistas pode ser modelado de acordo com a curva de potencial biótico (figura 1), que representa o aumento exponencial do número de indivíduos em condições ideais (espaço e recursos ilimitados).
Figura 1: modelo de crescimento exponencial ou potencial biótico.
As espécies K-estrategistas possuem características que promovem a maximização das chances de sobrevivência, de modo que elas são favorecidas em ambientes estáveis e constantes. A densidade populacional dessas espécies está sempre próxima do limite imposto pela quantidade de recursos disponíveis no ambiente, ou seja, pela capacidade de suporte (K). Assim, a competição entre os indivíduos nessas populações é intensa.
O crescimento das populações de espécies K-estrategistas pode ser modelado de acordo com a curva de crescimento logístico, ou real (figura 2) Nesse modelo, existem fatores limitantes agindo sobre as populações, como a competição, a predação, o parasitismo, a disponibilidade de recursos e o espaço disponível, os quais estabelecem um limite máximo (K) para o número de indivíduos da população.
Figura 2: modelo de crescimento logístico ou real.
Portanto, na recuperação de uma área desmatada, ou seja, uma área que sofreu um distúrbio (sucessão secundária), devem ser reintroduzidas primeiramente as espécies que adotam a estratégia 1 (espécies pioneiras). Exemplos de plantas pioneiras são as gramíneas e plantas anuais, as quais são capazes de recolonizar uma área desmatada de forma rápida e eficiente.