Durante sua evolução, as plantas apresentaram grande diversidade de características , as quais permitiram sua sobrevivência em diferentes ambientes. Na imagem, cinco dessas características estão indicadas por números.
A aquisição evolutiva que permitiu a conquista definitiva do ambiente terrestre pelas plantas está indicada pelo número
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e) |
5. |
Os cladogramas são recursos gráficos amplamente empregados na sistemática dos seres vivos. São de grande importância por mostrarem a filogenia dos grupos de seres vivos identificados. Os cladogramas refletem, portanto, as histórias e as relações evolutivas dos grupos neles relacionados.
O cladograma apresentado na questão mostra que, possivelmente, as plantas atuais descendem de um ancestral vivente há cerca de 475 milhões de anos. Ao longo dos milhares de anos o processo evolutivo possibilitou a diferenciação de grupos de plantas que se distanciaram em suas características biológicas a ponto de serem, de maneira coerente, agrupadas em grupos distintos. No curso desse processo algumas aquisições evolutivas foram sendo fixadas nas linhagens evolutivas. Essas aquisições, também conhecidas como apomorfias, são novidades evolutivas que permaneceram presentes até hoje nos seres vivos descendentes da linhagem. Normalmente, essas características são apontadas nos cladogramas na linha ancestral e no momento em que hipoteticamente surgiram, sendo compartilhados por todos os grupos descentes desse ancestral. Por exemplo, a característica 2, tecidos condutores verdadeiros, está localizado no ancestral comum de Licófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas.
No estudo da evolução das plantas foi possível acompanhar o surgimento das aquisições evolutivas. O surgimento de embriões protegidos no gametófito (1) permitia maior possibilidade de sobrevivência dos descendentes e melhores condições de desenvolvimento do esporófito, o surgimento de tecidos condutores verdadeiros (2) possibilitou a distribuição mais rápida e eficiente dos compostos minerais e orgânicos dentro da planta, permitindo que as mesmas atingissem dimensões maiores e, por consequência, a possibilidade de uma maior especialização das diferentes regiões do vegetal. Já a polinização pelo vento (4), colaborou com a maior amplitude de dispersão do gametófito masculino, resultando em maior diversidade genética e, por fim, a produção dos frutos (5), garantiu à angiospermas a proteção das sementes e mecanismos mais sofisticados de dispersão das mesmas.
A aquisição do tubo polínico (3) também teve impacto relevante na história evolutiva dos grupos vegetais. As fanerógamas, grupo que inclui as Gimnospermas e Angiospermas, com essa aquisição não estavam mais dependentes da água para a ocorrência do encontro de gametas. Nos grupos anteriores a fecundação oogâmica, na qual um gameta móvel flagelado se desloca em meio líquido ao encontro do outro gameta imóvel, tornava a necessidade de um meio líquido um imperativo sem o qual o encontro de gametas não aconteceria. Essa dependência limitava a distribuição geográfica dessas plantas a ambientes úmidos, com índices pluviométricos consideráveis, a fim de promover tal encontro. A presença do tubo polínico das fanerógamas, porém, dispensa essa necessidade. Os diversos mecanismos de dispersão de pólen os conduzem até à estrutura feminina e a decorrente geminação do tubo polínico se encarrega de levar o gameta masculino ao feminino, o que configura uma fecundação por sifonogamia. Essa estratégia foi um marco na história evolutiva das plantas, permitindo às fanerógamas a conquista definitiva do ambiente terrestre. Assim sendo a aquisição evolutiva pedida na questão está apontada pelo algarismo 3.