Apesar de os animais representados no cladograma compartilharem um mesmo ancestral, eles se caracterizam por distintos padrões de reprodução ou de nutrição dos embriões e descendentes.
DIXSON, A. F. Mammalian Sexuality: The Act of Mating and the Evolution of Reproduction. Disponível em: www.cambridge.org. Acesso em: 2 jul. 2024 (adaptado).
Ao longo do processo evolutivo, percebem-se, entre esses animais, perdas e ganhos nos padrões citados que envolvem o(a)
a) |
aumento no número de descendentes por ninhada. |
b) |
mudança no tipo de fecundação de externa para interna. |
c) |
redução da versatilidade de reprodução, que se torna unicamente sexuada. |
d) |
desenvolvimento embrionário, que passa do meio aquático para o terrestre. |
e) |
diminuição da vesícula vitelínica, associada ao desenvolvimento da lactação. |
Os monotremados (Monotremata), como o ornitorrinco, possuem células-ovo do tipo megalécito (ou telolécito), ou seja, zigotos repletos de substâncias de reserva (vitelo), armazenadas em um grande saco vitelínico, formado durante o desenvolvimento embrionário. Esses animais passam um período dentro da mãe antes de se desenvolverem no ovo amniótico, que é colocado para fora do corpo materno. Por outro lado, os marsupiais (Marsupialia), como o canguru, possuem zigotos com menor quantidade de vitelo. Eles se desenvolvem utilizando esses nutrientes e os recursos obtidos da mãe por meio de uma placenta rudimentar, incapaz de mantê-los no útero por muito tempo. Por isso, os filhotes nascem rapidamente e migram para o marsúpio, bolsa ventral onde se alimentam de leite materno. Já os mamíferos placentários (Placentalia) possuem células-ovo do tipo oligolécito, com quantidades muito reduzidas de vitelo e, em alguns casos, células-ovo do tipo alécito, sem vitelo algum. Assim, possuem um saco vitelínico vestigial muito reduzido e sobrevivem com os nutrientes fornecidos pela placenta, que é muito desenvolvida e eficiente em trazer recursos da mãe para o embrião/feto. Diferente dos marsupiais, que passam pouco tempo no útero e um longo período no marsúpio, os placentários têm uma longa gestação e um curto período de lactação.
a) Incorreta. A quantidade de descendentes por ninhada está, geralmente, relacionada ao porte do animal mamífero e chance de sobrevivência, e não tem relação com os diferentes grupos de mamíferos trazidos na questão.
b) Incorreta. A fecundação interna, surgida nos répteis, é anterior à diversificação dos mamíferos.
c) Incorreta. Todos os grupos de mamíferos citados possuem apenas reprodução do tipo sexuada.
d) Incorreta. A migração do desenvolvimento do meio aquático para o meio terrestre ocorreu com o surgimento dos répteis.
e) Correta. Os monotremados possuem vesícula vitelínica bem desenvolvida já que dependem desses nutrientes para o desenvolvimento dentro de ovos, já os marsupiais possuem vesícula vitelínica menos desenvolvida e curto período de gestação, o que justifica o longo período de lactação. Enquanto isso, os placentários possuem saco vitelínico vestigial e placenta eficiente, com longo período gestacional e tempo de lactação relativamente menor, quando comparado com os marsupiais.