Os grupos dominantes são beneficiados em termos de credibilidade e podem, com isso, controlar falas de membros de outros grupos, descredibilizando seus testemunhos com base em concepções compartilhadas de preconceito de identidade (gênero e raça). Algumas formas de preconceito tornam as declarações das pessoas menos importantes devido ao seu pertencimento a determinado grupo social. Assim, um falante recebe menos credibilidade devido ao preconceito do ouvinte.
KUHNEN, I. Resenha de The Power and Ethics of Knowing, de Miranda Fricker. Revista Princípios, n.33, 2013.
Com base na reflexão suscitada no texto, o preconceito da identidade é responsável por um tipo de injustiça
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estética, que normaliza os padrões corporais. |
b) |
sensorial, que privilegia as habilidades visuais. |
c) |
afetiva, que impede as expressões emocionais. |
d) |
epistêmica, que prejudica as trocas informacionais. |
e) |
econômica, que perpetua as desigualdades materiais. |
A discussão sobre participação no debate público é um tema bastante comum nas ciências humanas. O filósofo Jurgen Habermas com sua teoria do agir comunicativo, o conceito de lugar de fala da filósofa Djamila Ribeiro e a noção de subalterno da filósofa Gaytari Spivak, apontam que determinados setores da sociedade têm suas reivindicações abafadas e descredibilizadas através de um sistema de privilégios concedidos e mantidos por aqueles que, historicamente, ocupam as posições de poder, centrados na ideia de masculinidade, heterossexualidade e branquitude.
a) Incorreta. Não há menção a discriminações estéticas no texto.
b) Incorreta. Não há menção a nenhum tipo de faculdade sensorial ou a possíveis habilidades dela derivadas.
c) Incorreta. Não há no texto espaço para interpretar as consequências afetivo-emocionais da discriminação.
d) Correta. O texto dirige-se à critica de uma discriminação epistêmica praticada pelos dominantes contra grupos eleitos marginais com base em seus aspectos de gênero, raça ou orientação sexual, desestimulando, assim, a participação democrática.
e) Incorreta. O texto discorre sobre entraves e preconceitos de identidade, não de classe ou condição material.