A finalidade mais marcante em toda a história dos mapas, desde o seu início, teria sido a de estarem sempre voltados à prática, principalmente a serviço da dominação do poder. Sempre registraram o que mais interessava a uma minoria, fato este que acabou estimulando o incessante aperfeiçoamento deles.
MARTINELLI, M. Mapas da geografia e cartografia temática. Sao Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).
No texto, a cartografia é apresentada como um instrumento usado essencialmente para a
a) |
preservação de espaços naturais. |
b) |
emancipação de sujeitos marginais. |
c) |
revalorização de culturas reprimidas. |
d) |
inversão de hierarquias estabelecidas. |
e) |
sustentação de hegemonias territoriais. |
O excerto apresentado afirma que os mapas são, historicamente, ferramentas de dominação e poder, usadas nos interesses de uma minoria, as elites dominantes. Afirma ainda que, por serem ferramentas de manutenção das elites, foram constantemente aperfeiçoados.
Ao perguntar a função dos mapas enquanto instrumentos, tem-se:
a) Incorreta. O texto não menciona o uso de mapas enquanto ferramentas de preservação natural.
b) Incorreta. O texto reforça a função de manutenção das elites, contrária ao pensamento de emancipação de sujeitos marginais, pois a finalidade dos mapas estaria "a serviço da dominação do poder".
c) Incorreta. A revalorização de culturas reprimidas seria um processo de empoderamento sociopolítico de populações periféricas, o que contradiz as afirmações trazidas no enunciado, que sugere a função dominante dos mapas.
d) Incorreta. Enquanto ferramentas de manutenção da estrutura de poder e dominação, os mapas não teriam, segundo o texto, função de inverter as hierarquias estabelecidas, mas de preservá-las.
e) Correta. Os mapas, instrumentos de dominação do poder, sustentaram os ideais de hegemonia, tais como os planisférios eurocêntricos, por exemplo, que reforçaram a visão de que povos europeus seriam superiores e teriam domínio sobre amplos territórios por meio do uso da linguagem cartográfica.