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Questão 8 Unicamp 2025 - 2ª fase - dia 2

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Questão 8

Terapia gênica Herança Ligada ao Sexo

A hemofilia é uma doença hereditária recessiva, ligada ao cromossomo sexual X. Essa doença é resultante da deficiência nos fatores de coagulação sanguínea. A infusão intravenosa de fator de coagulação exógeno é o padrão atual de tratamento paliativo para pacientes com hemofilia. Infusões frequentes, de até três vezes por semana, são necessárias para atingir níveis que mantenham a resposta fisiológica normal do corpo para a integridade vascular e a fluidez do sangue.

a) Em junho de 2023, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aprovou o Roctavian, uma terapia gênica baseada em vetor viral para uso em adultos com hemofilia grave. Explique o princípio da terapia gênica para o tratamento da hemofilia. Por que esse método pode ser considerado curativo para a hemofilia?

(Adaptado de https://www.fda.gov/news-events/press-announcements/fda-approves-first-gene-therapy-adults-severe-hemophilia. Acessado em 2/6/2024.)

 

b) Considere que a filha do casal XHXH e Xh Y engravidou de um homem XhY. Qual é a probabilidade de ela ser mãe de uma criança hemofílica? Justifique sua resposta.



Resolução

A hemofilia afeta genes relacionados à produção dos fatores de coagulação sanguínea e pode ser classificada como hemofilia A pela deficiência do fator VIII ou hemofilia B pela deficiência do fator de coagulação IX. Dessa forma, mutações nesses genes, localizados no cromossomo X, levam à deficiência de fator de coagulação e maior risco de hemorragias. A hemofilia A é mais frequente que a hemofilia B e ambas afetam mais indivíduos do sexo masculino.

a) A hemofilia ocorre quando um dos genes que codificam os fatores de coagulação VIII ou IX está mutado. A terapia gênica para o tratamento dessa doença genética consiste na utilização de um vírus geneticamente modificado como vetor do gene terapêutico. Esse vírus carrega a cópia funcional do gene que codifica o fator de coagulação para restabelecimento da produção dessa proteína, que é essencial para a coagulação sanguínea e que está ausente nas células mutadas. Ao inserir a cópia funcional do gene codificador do fator de coagulação no genoma, a doença genética é corrigida nas células-alvo da terapia gênica e a capacidade de produção do fator de coagulação por essas células e suas descendentes é permanente.

b) A filha desse casal (XHXH e XhY) não é hemofílica e possui, obrigatoriamente, o genótipo XHXh, ou seja, é portadora do alelo associado com a hemofilia. Dessa forma, ao engravidar de um homem XhY, o casal pode ter filhas e filhos com hemofilia (XhXh e XhY) e sem a hemofilia (XHXh e XHY). Assim, a chance de ela ser mãe de uma criança hemofílica (XhXh e XhY) é de 50% ou 1/2, conforme o diagrama a seguir. 

  XH Xh
Xh XHXh XhXh
Y XHY XhY