Imagine deparar-se com um morcego de um metro de altura, e entre de comprimento com as asas abertas. Esse é o morcego-dourado-filipino (Acerodon jubatus), que pode voar a até de altura e percorrer 40 quilômetros. A espécie também é conhecida pelos filipinos como “raposa voadora”, por conta do tamanho e do formato do focinho, semelhante ao das raposas. Todos os morcegos são mamíferos eutérios.
(www.cnnbrasil.com.br. Adaptado.)
a) Que estrutura, derivada dos anexos embrionários e do endométrio, possibilita o desenvolvimento do embrião de um morcego? Qual gás se difunde da circulação fetal para a circulação materna por meio dessa estrutura?
b) As asas do morcego e as asas de um inseto são consideradas estruturas análogas. Cite uma estrutura anatômica presente nas asas do morcego que ilustra essa analogia adaptativa. Por que a semelhança entre o focinho de uma raposa e o focinho de um morcego-dourado-filipino exemplificaria o conceito de estruturas homólogas?
a) A maior biodiversidade de mamíferos está no grupo dos eutérios, formado por espécies que apresentam uma placenta bem desenvolvida, responsável por garantir trocas eficientes entre os tecidos maternos e embrionários, além de proteger o organismo durante todo o período de desenvolvimento. Nos eutérios, após a nidação, o trofoblasto da blástula é o tecido responsável pela formação da placenta, com ampla participação dos anexos embrionários, sobretudo do córion. Dessa forma, a estrutura derivada dos anexos embrionários que possibilita o pleno desenvolvimento do embrião do morcego é a placenta.
As trocas gasosas na região uteroplacentária permitem tanto a chegada de O2, vindo da circulação materna, ao embrião, com também a remoção do CO2 da circulação embrionária, o qual passa para a circulação materna, antes de ser eliminado pelos pulmões maternos. Portanto, o gás que se difunde da circulação fetal para a circulação materna, por meio da placenta, é o CO2.
b) Estruturas análogas, do ponto de vista evolutivo, são aquelas que se assemelham em suas funções, mas não apresentam a mesma origem embrionária e evolutiva. Estas estruturas se desenvolvem desta maneira devido ao que é denominado convergência adaptativa. Neste caso, uma pressão seletiva forte do meio ambiente faz com que organismos diferentes possam apresentar estruturas semelhantes do ponto de vista funcional.
A presença da estrutura óssea no morcego e a ausência desta estrutura no inseto, evidenciam que se trata de uma analogia, porém, as membranas interdigitais da asa do morcego, em paralelo com a lâmina da asa do inseto, ilustram a analogia adaptativa.
No caso do focinho da raposa e do focinho do morcego-dourado-filipino, sendo ambos mamíferos, as estruturas embrionárias que formam o focinho destas duas espécies são as mesmas, o que revela um caso de homologia (estruturas com mesma origem embrionária, e funções podendo ser iguais ou diferentes).