A maior parte das agressões e manifestações discriminatórias contra as religiões de matrizes africanas ocorrem em locais públicos (57%). É na rua, na via pública, que tiveram lugar mais de 2/3 das agressões, geralmente em locais próximos às casas de culto dessas religiões. O transporte público também é apontado como um local em que os adeptos das religiões de matrizes africanas são discriminados, geralmente quando se encontram paramentados por conta dos preceitos religiosos.
REGO, L. F.; FONSECA, D. P. R.; GIACOMINI, S. M. Cartografia Social de terreiros no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro? PUC-Rio, 2014.
As práticas descritas no texto são incompatíveis com a dinâmica de uma sociedade laica e democrática porque
a) |
asseguram as expressões multiculturais. |
b) |
promovem a diversidade de etnias. |
c) |
falseiam os dogmas teológicos. |
d) |
estimulam os rituais sincréticos. |
e) |
restringem a liberdade de credo. |
a) Incorreta. Agressões e manifestações discriminatórias contra religiões de matrizes africanas não asseguram o respeito à diversidade de culto ou expressões multiculturais no Brasil.
b) Incorreta. Agressões a membros de religiões de matrizes africanas não promovem a diversidade de etnias. Ao contrário, como essas religiões estão muito ligadas à cultura africana no Brasil, acabam promovendo a discriminação étnica no país.
c) Incorreta. Tais agressões não falseiam nenhum dogma teológico, uma vez que as pessoas que as praticam não estão preocupadas com discussões teológicas, mas sim em eliminar uma forma de culto religioso.
d) Incorreta. O sincretismo religioso pressupõe a interação entre elementos distintos de várias matrizes religiosas. Quando há agresões e manifestações discriminatórias contra religiões de matrizes africanas, os rituais sincréticos não são estimulados.
e) Correta. A perseguição aos adeptos de religiões de matrizes africanas acaba restringindo a liberdade de crença, pois seus seguidores já não podem mais publicamente se declararem ligados a essa forma de manifestação religiosa e esse fato atenta contra uma sociedade que se coloca como democrática e laica, ou seja, o Estado não assume nenhuma religião oficial.