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Questão 89 Enem 2019 - dia 1 - Linguagens e Ciências Humanas

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Questão 89

Revolta da Vacina

    A Revolta da Vacina (1904) mostrou claramente o aspecto defensivo, desorganizado, fragmentado da ação popular. Não se negava o Estado, não se reividicava participação nas decisões políticas; defendiam-se valores e direitos considerados acima da intervenção do Estado.

CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Cia das Letras, 1987 (adaptado).

A mobilização analisada representou um alerta, na medida em que a ação popular questionava



a)

a alta de preços.

b)

a política clientelista.

c)

as reformas urbanas.

d)

o arbítrio governamental.

e)

as práticas eleitorais.

Resolução

O texto da questão aborda a Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro em 1904, e afirma que tratava-se da defesa de "direitos considerados acima da intervenção do Estado". O governo do Rio de Janeiro da época, liderado por Pereira Passos, conduziu um amplo projeto de Reforma Urbana e Sanitária na cidade. Diante do surto de varíola ocorrido no Rio de Janeiro em 1904, o presidente Rodrigues Alves, com auxílio do sanitarista Oswaldo Cruz, decretou a vacinação obrigatória. A medida causou uma intensa reação popular - jornais e panfletos produzidos pela população criticavam a medida e o médico, duvidando da eficácia da vacina. De acordo com os opositores do presidente, tratava-se de uma forma truculenta e arbitrária de impor a decisão, causando manifestações entre os populares que rebelaram-se e agrediram os vacinadores. Foi justamente contra essa medida do governo que a população se revoltou, considerando uma determinação autoritária do governo, justificando assim a alternativa D como correta. Embora a vacinação obrigatória estivesse inserida dentro de um projeto maior - a Reforma urbana - essa não foi a causa pontual que a ação popular questionava, conforme sugere a alternativa D. Todas as demais alternativas não se aplicam ao contexto da rebelião, pois ela não estava ligada a alta de preços (alternativa A), a uma política clientelista (alternativa B) ou a qualquer prática eleitoral (alternativa E).