Logo FUVEST

Questão 1 Fuvest 2024 - 2ª fase - dia 2

Carregar prova completa Compartilhe essa resolução

Questão 1

Trocas de Calor sem Mudança de Fase Mudança de Estados Físicos na Calorimetria

Um estudo recente feito por pesquisadores do Caltech(1) mostrou que, desde o início do século XXI, o volume de gelo acumulado no oceano Ártico durante o inverno diminuiu em cerca de 6000 km3 , redução em grande parte impulsionada pela mudança na espessura do gelo, passando de um padrão denominado “plurianual” para outro padrão conhecido como “gelo marinho sazonal”. Segundo os autores do estudo, o gelo mais antigo e plurianual tende a ser mais espesso e, portanto, seu derretimento é mais demorado. À medida que esse “reservatório” de gelo “antigo” marinho do Ártico se esgota e o gelo sazonal passa a predominar, espera-se que a espessura e o volume globais do gelo marinho do Ártico diminuam.

(1) Sahra Kacimi et al, “Arctic snow depth, ice 3/4 thickness and volume from ICESat‐2 and CryoSat‐2: 2018‐2021”, Geophysical Research Letters (2022). DOI: 10.1029/2021GL097448


a) Estime, em kg, o acréscimo na massa de água no oceano devido ao degelo no Ártico desde o início do século XXI.

b) Sabendo que a área do oceano Ártico é de aproximadamente 1,5×107 km2 , se todo esse gelo perdido formasse uma camada sobre a superfície desse oceano, qual seria a espessura dessa camada?

c) Estime a mínima quantidade de energia (em joules) para derreter completamente uma tonelada de gelo inicialmente a uma temperatura de 20ºC.



Resolução

a) Pela relação entre massa m, densidade d e volume V, temos que

d=mV

m=d·V.     eq. (1)

Passando a densidade para o Sistema Internacional, encontramos

d=0,92 gcm3=0,92 10-3 kg(cm)3d=0,92·10-3 kg(10-2 m)3d=0,92·10-3 kg10-6 m3d=0,92·10-310-6 kgm3d=0,92·103 kgm3=920 kgm3.

Passando, também, o volume para o Sistema Internacional, temos

V=6000 km3=6000 (km)3V=6000 (103 m)3=6000·109 m3V=6·1012 m3.

Substituindo a densidade e o volume na eq. (1):

m=920 kgm3·6·1012 m3m=5,52·1015 kg.

b) O volume V da área em questão é o produto da área superficial A pela espessura e, que procuramos. Calculando a espessura, inicialmente em km, temos:

V=A·e6.000=1,5·107·ee=4·10-4 km.

Esta já é uma resposta aceitável. Vamos, no entanto, converter para centímetros, que é uma unidade em que tal valor é palpável:

e=4·10-4·103 me=4·10-1·102 cme=40 cm.

c) Calculamos o calor total somando o resultado da equação do calor sensível relativo ao aquecimento, Q1=m·c·Δθ, com o resultado da equação do calor latente relativo à fusão, Q2=m·L:

Q=m·c·Δθ+m·L.

Como os dados do calor específico e do calor latente estão no Sistema Internacional, vamos trabalhar neste sistema, lembrando que a variação de temperatura na escala Kelvin corresponde à mesma variação na escala Celsius. Portanto:

Q=1000·2·103·[0-(-20)]+1000·3·105Q=40·106+3·108Q=3,4·108 J.