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Questão 4 Fuvest 2024 - 2ª fase - dia 2

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Questão 4

Gases Perfeitos (Física) Primeira Lei da Termodinâmica nas Transformações (Física)

Considere uma amostra de 2 mols de um gás monoatômico, em que cada átomo possui uma massa de aproximadamente 7 x 10-24 gramas. O gás pode ser tratado como ideal.

Note e adote:

Número de Avogadro: 6×1023 mol−1.

Relação de Einstein: 𝐸 = 𝑚𝑐2.

Velocidade da luz no vácuo: 3×108 m/s.

 


a) Determine a massa total do gás na amostra, em gramas.

b) A energia interna da amostra a uma temperatura de 300 K é de 7500 J. Quanta energia é preciso transferir para a amostra para que sua temperatura atinja 400 K?

c) A descoberta de Einstein sobre a equivalência entre massa e energia é válida mesmo em fenômenos mais familiares, como o aquecimento de um fluido, embora, nesse caso, o efeito seja muito pequeno para ser perceptível. Nesse contexto, calcule a variação na massa da amostra de gás do enunciado quando ela experimenta um processo de expansão ao longo do qual recebe 13500 J de calor do entorno e realiza um trabalho de 4500 J.



Resolução

a) Sendo o número de Avogadro NA=6×1023 mol-1, a quantidade de átomos é

N=n·NA=2 mol·6×1023 mol-1=1,2×1024.

A massa de cada átomo é mA=7×10-24 g, de modo que a massa total é

m=N·mA=1,2×1024·7×10-24 g

m=8,4 g.

A massa total de gás na amostra é de 8,4 gramas.

b) Para resolver este item, é suficiente considerar que a energia interna U de uma amostra gasosa ideal é proporcional à sua temperatura absoluta T,

U=a·T,

em que a é uma constante, com unidade de energia por temperatura, que depende da amostra. Quanto T=300 K, U=7.500 J, portanto

7.500 J=a·300 Ka=7.500 J300 K=25 JK.

Com isso, quando T'=400 K,

U'=a·T'=25 JK·400 K=10.000 J.

Temos, então, que a diferença de energia entre as duas temperaturas é

ΔU=U'-U=10.000 J-7.500 J

ΔU=2.500 J.

É preciso transferir 2.500 J de energia para o gás.

Resolução alternativa 1.

Como energia interna e temperatura absoluta são proporcionais, podemos dizer que o aumento de 100 K na temperatura (400 K - 300 K) corresponde a um aumento de 2.500 J de energia interna - um terço da temperatura e da energia interna iniciais, respectivamente.

Resolução alternativa 2.

Se tratando de um gás ideal monoatômico, temos que U=32n·R·T, em que n é o número de moles do gás e R é a constante dos gases. Partindo disso, pode-se calcular a=32n·R, e o desenvolvimento segue como na primeira resolução.

c) Pela primeira lei da termodinâmica, a quantidade de calor Q recebida pelo gás se relaciona com o trabalho por ele realizado W e com sua variação de energia interna ΔU por

ΔU=Q-W.

Segundo o enunciado, Q=13.500 J e W=4.500 J, portanto,

ΔU=13.500 J-4.500 J=9.000 J.

Considerando que esta variação de energia E=ΔU se reflita em um aumento m da massa do gás, usando c=3×108 m/s temos que, em unidades do SI,

E=m·c2

9.000=m·3×1082

m=9×1039×1016 kg

m=10-13 kg=10-10 g.

Devido ao aumento de energia interna, a massa (relativística, nesse contexto) do gás aumentaria em 10-10 gramas.