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Questão 7 Fuvest 2024 - 1ª fase

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Questão 7

Escravidão no segundo reinado

A charge de Angelo Agostini foi publicada em 1880, em meio aos debates sobre a Lei dos Sexagenários no parlamento brasileiro.

Angelo Agostini. “Escravidão ou morte”, Revista Illustrada n.222 (RJ), 1880.


A charge



a)

endossa a defesa, pelos setores políticos liberais, do emprego de trabalhadores brancos, representados nas laterais do monumento.

b)

critica a concepção de independência manifesta na estátua equestre de Pedro I e a defesa da extinção do tráfico de escravizados.

c)

expõe a contradição entre a liberdade expressa na estátua equestre de Pedro I e as mazelas enfrentadas pelos escravizados.

d)

defende a manutenção da escravidão, em oposição à exploração do trabalho compulsório de indígenas e de imigrantes europeus.

e)

expressa a indignação dos proprietários rurais, grupo social hegemônico, diante da redução gradual do trabalho escravo.

Resolução

a) Incorreta. As figuras posicionadas ao redor do monumento central na charge não são representações de trabalhadores brancos. Na base do monumento, há uma representação de um indígena, frequentemente utilizada na época como símbolo da nação brasileira. Nele, sua expressão envergonhada destaca o caráter crítico da imagem. Ao lado, estão mulheres que personificam a liberdade, também mostrando descontentamento.

b) Incorreta. O foco da charge não está na crítica à concepção de independência retratada na estátua equestre de Pedro I. Pelo contrário, o principal objetivo é expor as contradições resultantes da manutenção da escravidão, evidenciadas pela comparação entre as duas estátuas. Além disso, é incorreto afirmar que a imagem trate da defesa da extinção do tráfico de escravizados, pois este comércio já tinha sido abolido desde 1850 pela Lei Eusébio de Queirós.

c) Correta. A charge intitulada "Escravidão ou morte!" exibe um pedestal com um proprietário de escravos montado em um homem escravizado, fazendo uma reapropriação irônica do monumento conhecido como "Independência ou Morte",  desenhada por João Maximiano Mafra. A charge pode ser interpretada como uma crítica às contradições do país, que, ao mesmo tempo em que erguia monumentos à liberdade, mantinha uma parte significativa da população em condições de escravidão.

d) Incorreta. A charge não defende a manutenção da escravidão, mas sim critica sua continuidade. Elaborada no contexto dos debates sobre a Lei dos Sexagenários, a inscrição "Escravidão ou morte!" sugere que, na visão dos proprietários de escravos, a manutenção do sistema escravista era considerada como a única opção viável para o país.

e) Incorreta. A charge não representa indignação ou oposição dos proprietários rurais diante da redução gradual do trabalho escravo. Em meio aos intensos debates sobre o avanço da legislação abolicionista, a imagem criada por Agostini não expressa uma rejeição por parte dos proprietários rurais, mas sim uma crítica ao contexto e à resistência à mudança.