A garganta é gruta que guarda o som
A garganta está entre a mente e o coração
Vem coisa de cima, vem coisa de baixo e de repende um nó (e o que eu quero dizer?)
Às vezes, acontece um negócio esquisito
Quando eu quero falar eu grito, quando eu quero gritar eu falo, o resultado
Calo.
ESTRELA D'ALVA, R. Disponível em: https://claudia.abril.com.br. Acesso em: 23 nov. 2021 (adaptado).
A função emotiva presente no poema cumpre o propósito do eu lírico de
a) |
revelar as desilusões amorosas. |
b) |
refletir sobre a censura à sua voz. |
c) |
expressar a dificuldade de comunicação. |
d) |
ressaltar a existência de pressões externas. |
e) |
manifestar as dores do processo de criação. |
a) Incorreta. O poema explora um conflito em que emoções e pensamentos não conseguem ser devidamente comunicados. Não há menção específica a desilusões amorosas.
b) Incorreta. O poema refleta sobre dificuldades de comunição como resultado de conflitos internos, subjetivos; não há referência a uma censura que impossibilite a fala do eu poemático.
c) Correta. O poema estabelece um conflito em que tanto os sentimentos, simbolizados pelo “coração”, quanto os pensamentos, simbolizados pela “mente”, não conseguem ser proferidos pelo eu poemático de maneira satisfatória: “quando eu quero falar eu grito, quando eu quero gritar eu falo”. Como consequência dessa dificuldade de comunicação, o que resta é o silêncio: “o resultado / Calo”.
d) Incorreta. Conforme apontado na alternativa “b”, não há elementos no poema que apontem para uma pressão externa impedindo a expressão verbal do eu poemático.
e) Incorreta. O poema não aponta para um processo de criação, visto que as dificuldades de uma adequada expressão verbal convergem para a supressão da comunicação.