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Questão 37 Enem 2023 - dia 1 - Linguagens e Ciências Humanas

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Questão 37

Variação Linguística Pressupostos e Subentendidos

    Mandioca, macaxeira, aipim e castelinha são nomes diferentes da mesma planta. Semáforo, sinaleiro e farol também significam a mesma coisa. O que muda é só o hábito cultural de cada região. A mesma coisa acontece com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Embora ela seja a comunicação oficial da comunidade surda no Brasil, existem sinais que variam em relação à região, à idade e até ao gênero de quem se comunica. A cor verde, por exemplo, possui sinais diferentes no Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo. São os regionalismos na língua de sinais.

    Essas variações são um dos temas da disciplina Línguistica na língua de sinais, oferecida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) ao logo do segundo semestre. "Muitas pessoas pensam que a língua de sinais é universal, o que não é verdade", explica a professora e chefe do Departamento de Línguística, Literatura e Letras Clássicas da Unesp. "Mesmo dentro de um país, ela sofre variação em relação à localicação geográfica, à faixa etária e até ao gênero dos usuários", completa a especialista.

    Os surdos podem criar sinais diferentes para identificar lugares, objetos e conceitos. Em São Paulo, o sinal de "cerveja" é feito com um giro do punho como uma meia-volta. Em Minas, a bebida é citada quando os dedos indicador e médio batem no lado do rosto. Também ocorrem mudanças históricas. Um sinal pode sofrer alterações decorrentes dos costumes da geração que o utiliza.

Disponível em: www.educacao.sp.gov.br. Acesso em: 1 nov. 2021 (adaptado).


Nesse texto, a Língua Brasileira de Sinais (Libras)



a)

passa por fenômenos de variação linguística como qualquer outra língua.

b)

apresenta variações regionais, assumindo novo sentindo para algumas palavras.

c)

sofre mudança estrutural motivada pelo uso de sinais diferentes para algumas palavras.

d)

diferencia-se em todo o Brasil, desenvolvendo cada região a sua própria língua de sinais.

e)

é ininteligível para parte dos usuários em razão das mudanças de sinais motivadas geograficamente.

Resolução

a) Correta. No texto há exemplos de diferentes palavras, na Língua Portuguesa, que se referem a uma mesma planta e objeto e a seguinte afirmação: “A mesma coisa [utilização de palavras diferentes para um mesmo referente] acontece com a Língua Brasileira de Sinais (Libras)”.  As alterações, segundo a professora e chefe do Departamento de Linguística, Literatura e Letras Clássicas da Universidade Estadual Paulista, não se referem apenas à região, mas também à idade e ao gênero dos usuários.

b) Incorreta. As variações da Língua Brasileira de Sinais (Libras) não se limitam à região, mas também podem ser relacionadas à idade e ao gênero”, conforme explica a professora da Universidade Estadual Paulista.

c) Incorreta. O texto não cita uma “mudança estrutural da Língua Brasileira de Sinais” como consequência da existência de variações dos sinais utilizados pelos usuários.

d) Incorreta. Segundo o texto, ainda que variações sejam identificadas, a Língua Brasileira de Sinais é a comunicação oficial da comunidade surda. Além disso, não há a menção de que essas alterações sejam responsáveis pelo “desenvolvimento de uma língua de sinais própria da região”.

e) Incorreta. Além de as mudanças não serem motivadas apenas geograficamente, o texto não expõe a falta de compreensão de parte dos usuários da língua de sinais em relação às variações.