Superar a história da escravidão como principal marca da trajetória do negro no país tem sido uma tônica daqueles que se dedicam a pesquisar as heranças de origem afro à cultura brasileira. A esse esforço de reconstrução da própria história do país, alia-se agora a criação da plataforma digital Ancestralidades. "A história do negro no Brasil vai continuar sendo contada, e cada passo que a gente dá para trás é um passo que a gente avança", diz Márcio Black, idealizador da plataforma, sobre o estudo de figuras ainda encobertas pela perspectiva histórica imposta pelos colonizadores da América.
FIORATI, G. Projeto joga luz sobre negros e revê perspectiva histórica. Disponível: <www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 10 nov. 2021 (adaptado).
Em relação ao conhecimento sobre a formação cultural brasileira, iniciativas como a descrita no texto favorecem o(a)
a) |
recuperação do tradicionalismo. |
b) |
estímulo ao antropocentrismo. |
c) |
reforço do etnocentrismo. |
d) |
resgate do teocentrismo. |
e) |
crítica ao eurocentrismo. |
a) Incorreta. Os estudos propostos pelo texto rompem com o tradicionalismo, pois propõem uma nova abordagem sobre a história do Brasil, agora também levando em consideração a história do negro e não apenas as questões europeias.
b) Incorreta. O antropocentrismo se dá pela atribuição de protagonismo histórico ao homem e não à figura de Deus (teocentrismo). Na verdade, o texto nos convida a olhar para a história do Brasil a partir do ponto de vista dos africanos e não propõe um debate entre teocentrismo e antropocentrismo.
c) Incorreta. Os estudos tradicionais de história do Brasil são em geral etnocêntricos, pois favorecem apenas a visão europeia. Ao propor um olhar sob o ponto de vista do negro africano, acontece um enfraquecimento do etnocentrismo.
d) Incorreta. Ao propor um reforço dos estudos ligados às influências africanas na história do Brasil, não há qualquer “resgate do teocentrismo”, ou seja, da centralidade de Deus nas explicações históricas.
e) Correta. Ao propor o resgate das raízes africanas nos estudos de história do Brasil, o autor combate o eurocentrismo, pois há até os dias atuais uma hegemonia da visão europeia como protagonista de nossa formação social, hegemonia a qual projetos visando uma nova perspectiva histórica miram se contrapor.