Do ponto de vista astronômico, a tropicalidade é estabelecida pelas áreas situadas entre as latitudes de 23º27’33”, ao norte e ao sul do Equador, compondo um anel ao redor do globo, anel este que corresponde a 46% de sua superfície total. O significado dessas linhas é, porém, bem relativo, uma vez que as regiões tropicais estão longe de serem homogêneas, as características da tropicalidade se manifestam para além das linhas dos Trópicos e também podem estar ausentes no interior das zonas tropicais.
(Adaptado de: CONTI, J. B. O meio ambiente Tropical. Geografia, v. 14, n. 28, 1989.)
Adaptado de: https://atlasescolar.ibge.gov.br/mapas-atlas/mapas-do-mundo/dinamica-dos-climas. Acesso em: 20/10/2023.)
A partir de seus conhecimentos, da leitura do texto e da análise do mapa, responda às questões, a seguir, sobre a tropicalidade.
a) Uma das características que marca a tropicalidade é a diversidade de paisagens. Aponte duas características biogeográficas de cada uma das seguintes regiões tropicais: áreas de florestas e áreas de savanas.
b) Cerca de 75% da região tropical é formada por oceanos. Apresente duas características da dinâmica dos oceanos na região tropical que influenciam na tropicalidade das áreas continentais; explique como se realiza a transferência de energia entre as regiões tropicais e as regiões temperadas e polares.
a) O que a questão aponta como área de tropicalidade é a porção latitudinal do planeta entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. Nesta porção do globo acontecem as menores inclinações de incidência da luz solar, em relação a superfície terrestre, fator este que ao concentrar a energia gera a região de maior aquecimento do planeta. A variação de umidade aliada a alta luminosidade recebida permite o estabelecimento de diversos ecossistemas hiper biodiversos, entre eles a Amazonia (floresta equatorial latifoliada), o Cerrado (savana), a Mata Atlântica (floresta Tropical latifoliada) e outras.
A SAVANA é um bioma tropical, adaptado ao clima tropical alternadamente úmido e seco, fator que leva a adaptação de vegetação arbórea baixa e esparsa com gramíneas e arbustos preenchendo os entremeios arbóreos. A alternância dos períodos de chuva e seca levam a laterização do solo (alitização – aluminização) onde a alta concentração de alumínio faz com que as árvores tenham seus troncos retorcidos.
A área Florestal tropical ou Equatorial, por serem mais úmidas possuem apenas um substrato fenotípico aparente – o arbóreo. A Concentração de árvores se dá adaptada a alta disponibilidade de energia solar e a alta frequência de precipitação chuvosa, fatores que garantem intensa biodiversidade.
b) Nas áreas intertropicais os oceanos em geral são mais quentes e possuem menor salinidade, devido à intensa convecção pluvial (chuvas convectivas). Aliás, é exatamente por estes fatores que temos uma ampla transferência desta umidade para os continentes intertropicais. Os oceanos ajudam na manutenção das temperaturas altas e umidade das regiões de baixas latitudes. O aquecimento dos oceanos intertropicais e a alta precipitação levam à formação de correntes termo-halinas quentes, principais responsáveis por distribuir tal aquecimento e umidade para regiões do globo menos quentes. Um bom exemplo disto é a ação da Corrente do Golfo, a qual distribui calor e umidade para áreas próximas ao círculo polar ártico. As correntes quentes ampliam o calor atmosférico e a transferência de calor e umidade para os continentes, este é o principal exemplo da ação da corrente do golfo sobre o clima do continente europeu.